Friday, December 23, 2005

Levando

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Vamos finjir que somos cegos.
Vamos finjir que não vemos diferenças.
Vamos finjir sermos nós mesmos.





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Sunday, December 11, 2005

Pra ser sincero

Ser sincero consigo mesmo é complicado.
Eu não sei do que sou capaz, do que posso e não posso.
Ter a capacidade de saber até onde você pode ir.
Saber a hora de parar de desistir e continuar.
Possuir a capacidade de saber que é hora de terminar ou começar.
Emfim, saber o que você realmente quer e correr atrás.




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Tuesday, December 06, 2005

Cotidiano

Amigo 1 : Po cara vc não vai acreditar, parece que o melhor amigo da minha ex virou amigo da melhor amiga da minha ex ex!
Amigo 1 : Todo mundo junto aki no fotolog akabei d ver!
Amigo 2 : Tua ex , ela não odiava tua ex ex?
Amigo 1 : Pra vc ver , todo mundo saindo junto!
Amigo 2 : Ah , mas esse mundinho de clubes alternativos, fotolog... cedo ou tarde todo mundo se conhece!
Amigo 1 : Foda Sempre as mesmas pessoas
Amigo 2 : Depois viram amigos no orkut!
Amigo 1 : Amigo de orkut... Tenho mais de 300 e nenhum me liga!
Amigo 2 : Que pessimismo é esse cara! Vc tá precisando conhecer gente nova! E aquela mina ki ta saindo contigo?
Amigo 1 : Descobri que ela é ex de um amigão meu
Amigo 2 : Terminou Terminou , sem essa de fura olho
Amigo 1 : Mas o kara ainda gosta da mina, tem ki ver os comentarios ki ele deixa no fotolog dela
Amigo 2 : ihhhhh , vc tbm ta nessa d ler scraps e comentarios dos outros?
Amigo 1 : É po acaba ki rola neh
Amigo 2 : Sai dessa po ! O orkut é um circulo vicioso de paranoia coletiva!
Amigo 1 : É , aeuheuhea ! tem razão kara!
Amigo 1 : Não tenho ki fikar evitando as pessoas
Amigo 2 : Não dá , são sempre as mesmas pessoas
Amigo 1 : Terminou Terminou neh?
Amigo 2 : Passa o rodo , he he he !
Amigo 1 : Tá certo kara!
Amigo 2 : Abraço !

Thursday, December 01, 2005

Gritar

De repente, lhe veio o ímpeto de gritar no meio daquela multidão sem identidade. O grito nem precisava ser alto, bastaria se os músculos da barriga se contorcessem e a garganta ardesse o berro contido. Porque o corpo já fazia parte de qualquer força apaziguadora que existisse nele mesmo. E gritou, gritou e berrou, sem que ninguém percebesse sua angústia. Imaginou que agora estava vazio, e que a face do nada estava à porta de sua alma, zombando daquele existir deserto. Então decidiu procurar um rosto oculto na multidão, que o preenchesse com alguma sorte de impressão. Viu um rosto de mulher pairando num mar de olhos e bocas e orelhas e cabelos... Sentiu vergonha de si, e de toda aquela expressão afetada que insistia em desenhar em seu semblante. Lembrou que todas as pessoas carregam malas invisíveis nas costas, onde guardam as máscaras e fantasias que já usaram um dia. E a sua era leve, porque não gostava de estar sempre mudando e deixando pra trás as paisagens. Então não teve dificuldade de achar em sua mala um sorriso meio desbotado que outrora tinha usado.

Agora não estava vazio, porque sentia o peso de um sorriso em seus lábios. Pensou que tinha se tornado um quadro, e então tentava descobrir que contornos possuía. Tocava seu corpo procurando vestígios de tinta, que confirmariam sua suspeita, mas nada encontrava, e então decidia atirar-se debaixo da água de um chuveiro elétrico.

Saiu do banho cantando, imaginando inconscientemente que alguém o estava ouvindo na sala, mas constatava que não havia ninguém. Havia um silêncio profundo e a luz azul de um aquário onde nadavam dois peixinhos coloridos. Observava os peixes durante longos instantes, e percebeu que novamente estava sozinho...